1. Sobre descobertas, viagens e amigos

    terça-feira, 17 de dezembro de 2013

    "The use of traveling is to regulate imagination by reality and, instead of thinking how things may be, to see them as they are." 
    Samuel Johnson

    A vida é engraçada. Até pouco tempo atrás, em todas as minhas fantasias de viajar pelo mundo, a Escócia não estava no topo da lista de países que pretendia visitar. Recentemente, isso mudou. 
    O desejo (e o planejamento) de uma viagem é algo muito pessoal. A verdade é: os lugares que você quer visitar dizem muito sobre você. Desde que cheguei em Dublin tenho descoberto que a vida é feita de prioridades e que é importantíssimo saber o tipo de viajante (e de pessoas!) que somos. As escolhas que fazemos quando estamos viajando por conta própria aos poucos nos dizem o que realmente gostamos de descobrir sobre novos lugares. 
    Descobri que caminhar por construções medievais, onde há uma bagagem histórica imensurável, me interessa muito. Contemplar paisagens de tirar o fôlego, também. Conhecer ambientes particulares daquela cidade (como cinemas dentro de pubs), mais ainda. Por ter tudo isso, Edimburgo só pode ser descrita como encantadora.





    Outra parte importante dessas descobertas é que geralmente não as fazemos sozinhos. Companhia é importante. E agrega. Afinal, bons momentos são melhores se são compartilhados. 


    Até isso viagens podem te proporcionar: amigos! Vinicius de Moraes já dizia "Não fazemos amigos, reconhecemo-os" e depois de dois meses em Dublin não poderia concordar mais. Nessa cidade onde tudo é tão intenso, reconhecer amigos é como ouvir pela primeira vez aquela música que parece ter sido feita pra nós. 


    A parte triste? Queria ficar por lá. Mas também já estava com saudades de Dublin. E logo vou embora para o Brasil.
    Ah! Não tem solução...




  2. Ignorance is bliss (?)

    segunda-feira, 2 de setembro de 2013

    Descobri, surpresa, que vivia inconsciente do mundo que me ronda. Andava por aí desconhecedora do egoísmo e do preconceito. Vivia inconsciente do desprezo que o ser humano pode nutrir por algo ser "diferente" e dessa gente que se acha no direito de decidir quem pode amar quem nesse mundo.
    Me atordoou descobrir que, de dentro do meu mundo e totalmente ignorante, vivo cercada desse mal. No meu mundo respeito é essencial, o diferente significa descoberta e amor é simplesmente amor. Independente se somos da mesma cor ou do mesmo sexo. A diversidade faz parte do meu círculo de amizade assim como a liberdade e o respeito. Isso pra mim é normal.
    Do meu ponto de vista, esse mundo é perfeito e me chocou saber que há, por aí, gente que não concorda comigo. Dentro de toda a liberdade e respeito que prezo, estava cega em relação à odiosidade alheia.
    O engraçado é que, apesar de ter certeza de que esses outros seres humanos estão também cegos dentro de seus próprios preconceitos e ignorantes da diversidade que os cerca, a dádiva da ignorância era minha.
    No fim, a sortuda era eu por não saber que esse egoísmo ainda existe e é perigoso.